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Qual é o processo da psicoterapia?

Atualizado: 6 de fev. de 2024

Fiz uma pergunta um tanto ousada para escrever este blog, afinal a psicoterapia não corresponde exatamente a uma experiência que ocorre de forma linear ou processual. Portanto, é importante lembrar que essas ousadias são sempre voltadas para uma didática, necessitando de um recorte específico, um congelamento de algo que é dinâmico.

1. Necessidade

Dito isto, podemos aqui pensar que existe um pontapé dirigindo não só a atitude de buscar terapia, como qualquer outra ação: a necessidade. A qual aparece vestida de várias formas: um sofrimento, um desconforto, um sintoma, uma dúvida.

Aqui poderia surgir uma pergunta: e aquela pessoa que só faz terapia sem uma queixa específica, só para se conhecer melhor? Ora, então essa seria a necessidade, o autoconhecimento. No fim, ou melhor, no início, parece sempre haver um porquê de se iniciar esse processo.

2. Consciência

No decorrer, somos convidados a atravessar a camada superficial de nossas próprias queixas. É o momento em que somos convidados a lançar luz sobre aquilo que existe mas não está óbvio, como por exemplo: o desejo, a intenção, a história, as crenças.

Isso quer dizer que precisamos ouvir o que a gente diz mas também entender o que queremos dizer com o que estamos dizendo. Estar ciente das minhas percepções a respeito do mundo mas pensar sobre o motivo de eu ver o mundo dessa e não de outra forma.

Essa etapa da terapia é um convite para olhar para o escuro com consciência para poder enxergar os detalhes necessários. Considero essa uma parte difícil, pois sabemos que o que está no escuro está lá por algum motivo, não é mesmo?

No processo do nosso desenvolvimento psicológico somos conduzidos a deixar algumas coisas iluminadas, ou seja, conscientes, e outras escondidas, ou inconscientes.

Pense que a sua vida psicológica é como se fosse uma casa, existem vários cômodos acessíveis e bem iluminados. Mas também possui um porão, escuro, cuja porta é oculta e o que está lá são, dentre várias coisas, aquilo que rejeitamos em nós.

3. Atitude

Quando estamos mais conscientes e olhamos por diversos ângulos para nossas questões podemos tomar novas atitudes. E aqui não se trata de algo simples como descobrir que a geladeira não está funcionando porque não está ligada na tomada, logo basta ligá-la. Poucas vezes se tratam de problemas tão simples quanto uma causa e um efeito. A realidade é que existe um emaranhado de memórias, causas, finalidades que nos fazem ser como somos hoje, por isso é um processo que leva tempo.

De qualquer forma, a atitude é uma grande aliada da psicoterapia, pois pressupõe uma postura ativa, diferente de outros tipos de métodos em que o paciente recebe de alguma forma concreta a intervenção em seu corpo, a terapia depende de duas decisões, a do terapeuta de abraçar o caso e do paciente de estar orientado em assumir a responsabilidade por suas mudanças.

Jung reforça a relevância da responsabilidade que temos que assumir pela nossa própria vida:

"(...) a personalidade jamais poderá desenvolver-se se a pessoa não escolher seu próprio caminho, de maneira consciente e por uma decisão consciente e moral. A força para o desenvolvimento da personalidade não provém apenas da necessidade, que é o motivo causador, mas também da decisão consciente e moral. Se faltar a necessidade, esse desenvolvimento não passará de uma acrobacia da vontade; se faltar a decisão consciente, o desenvolvimento seria apenas um automatismo indistinto e inconsciente." (JUNG, 2013, p. 185) ¹⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

4. Transformação

Por último podemos pensar na transformação. Na Psicologia Analítica, pensamos em transformação como algo que está para além de nossa vontade, a mudança para algo diferente do que era. Não é algo que vemos acontecendo. Se eu perguntasse hoje: você é exatamente a mesma pessoa que era há cinco anos? Provavelmente a resposta será não, pois muitas coisas se transformaram.

Dificilmente conseguiremos definir que dia e hora essa mudança acontece pois foi algo gradual e que não dependeu apenas de você mas das experiências que viveu, das interações que teve, de coisas que vão além do seu controle.

A psicoterapia acolhendo cada etapa

A psicoterapia com certeza é um tipo de experiência que nos transforma de dentro pra fora. Pelo fato de propiciar um lugar seguro para acolher nossas necessidades, ampliar nossa consciência e nossa relação com o lado escuro em nós mesmos, e também por nos convidar a assumir a responsabilidade por nossa própria vida e nos encorajar a tomar atitudes.

Se você ainda não conhece a terapia, espero que o texto possa ter dado uma pequena pincelada sobre esse processo. Se lhe despertar a curiosidade, ainda melhor. Busque profissionais de sua confiança para tirar suas dúvidas. Se quiser conversar um pouco mais sobre o assunto é só clicar aqui, você será direcionado para o meu WhatsApp!


Referência

¹ JUNG, C. G. O Desenvolvimento da Personalidade. 14 ed. Petrópolis: Vozes, 2013.

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Juliana Miranda de Morais Leite Psicologia
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©2022 por Psicóloga Juliana Leite

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